"O que é que o Mercadinho tem?" [Final]
Espero que todos tenham gostado da série e continuem acompanhando minhas postagens, pois são feitas com muita vontade e dedicação. Nesta ultima matéria sobre o Mercadinho vou falar de um dos mais famosos e polêmicos locais da feira, além de finalizar falando das pessoas que freqüentam o mercado. Não se esqueçam de comentar e de deixar suas sugestões para os próximos post’s.
Troca – troca
É muito comum em feiras de todo o Brasil a existência dos troca-trocas, no mercadinho em Imperatriz não poderia ser diferente. Esse tipo de comércio consiste em comprar, vender e principalmente trocar qualquer tipo de mercadoria e no mercadinho se troca quase tudo.
Neste setor da feira encontra-se uma variedade de produtos que é de impressionar. São TVs, aparelhos de som, microondas, geladeiras, fogões, celulares, computadores, carros, motos, bicicletas, brinquedos, relógios e muitas outras mercadorias que são vendidas a preços acessíveis negociados no ato da compra ou trocadas por outro objeto de valor equivalente.
José de Ribamar Bezerra Lima trabalha no mercadinho desde 1979 e conta que já viu de quase tudo enquanto trabalhava no troca-troca. “Outro dia um cara me apareceu com um macaco prego querendo trocar numa TV de 14 polegadas. Não fizemos negócio porque fiquei com medo de ter problemas como o IBAMA, mas depois ele trouxe dois cachorros de raça e tudo deu certo, aqui a gente troca até mulher de 50 anos por duas de 25”, conta com bom humor característico de quem trabalha nesse setor.
José de Ribamar conta ainda que o único ponto negativo do troca-troca são os problemas com a polícia que volta e meia realiza operações fechando comércios e apreendendo mercadorias que não tem os documentos legalizados, mas ele ressalta que quem não deve não teme e por isso já está a 30 anos neste negócio, que para ele é um vício. “Isso aqui é como uma droga, você começa e não consegue mais parar. Certa vez fiz uma viagem que era para durar dois meses, não fiquei fora nem 20 dias. Eu amo isso aqui”, conclui.
O povo
Maria Augusta Félix é cliente do mercadinho há 40 anos e diz que vai todos os dias lá para fazer suas compras. Ela conta que já é amiga da maioria dos comerciantes e até quando não tem dinheiro sai de sacolas cheias. “Venho aqui quando estou feliz, quando estou triste e até mesmo quando estou doente”, ressalta.
Mas se Dona Maria vai ao mercadinho quando está doente não é por outro motivo. Lá também se encontra uma incrível variedade de remédios naturais para doenças que prometem curar de uma simples gripe ao câncer. Além destes, vendem-se também plantas, sementes, frutos e raízes que prometem verdadeiros milagres como a garrafada “chama marido”, facilmente encontrada nas barracas especializadas que tem como campeão de vendas o Viagra natural, feito de uma série de misturas prometendo fazer o casamento “pegar fogo”.
E assim é este lugar tão importante da nossa cidade. O Mercadinho é um lugar de cheiro, cores e sabores, mas é principalmente um local de histórias, lembranças e esperanças de um povo trabalhador e persistente que “como todo brasileiro não desiste nunca”. Só precisa ser mais valorizado pelos governantes e pela própria população como um bem cultural de Imperatriz. Vamos dar valor ao que é nosso, só assim que é de fora vai valorizar também.
2 comentários:
A reportagem do mercadinho ainda não li, mas li a que fala das pesquisas apresentadas por nossas três professoras na Argentina. Ficou muito boa! xD Beijocas. Aaah, depois volto pra ler a(s) do mercadinho! =*
André Wallyson,
Gostaria de parabenizá-lo pelas matérias, especialmente a do mercadinho. Estou agora mesmo repassando o link delas pra camaradas e aproveito para solicitar a divulgação das mesmas no portal da Júpiter Informática dando todos os crédítos a vc, publicando no mesmo formato (em partes), além disso informo a vc que inclui seu blog na lista do www.blogsimperatriz.blogspot.com.
Ao "tropessar" em seu blog fiquei intusiasmado com seu perfil de produção de matérias com a mistura de jornalismo com história e valorização do popular, faço então a solicitação de uma matéria nessa linha com os temas sobre os trabalhadores do local: arrumadores, carregadores, além de outros como carroceiros e até mesmo da história do nosso "Calçadão".
Meus parabéns pelo Dom nato de jornalista.
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