quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"O que é que o Mercadinho tem?" [3]

Apesar dos poucos comentários percebi que as visitações dos textos sobre o mercadinho estão sendo muito boas. Nesta terceira parte vou comentar um pouco sobre o artesanato, cultura do local e a moda desse verdadeiro universo que existe no coração da cidade de Imperatriz.

Artesanato e cultura


As bancas de artesanato são em número bem reduzido no mercadinho. De acordo com a administração do local, isso se dá devido a pouca divulgação turística que a feira tem. As barracas que trabalham nessa área normalmente vendem artigos artesanais que são de utilidade diária de muitas pessoas que vivem da pesca e da agricultura. São coufos, quibanos, jacás, colares, cestas, tapitis, abanos, potes de barro, vassouras, espetos e outros objetos produzidos por artistas que utilizam o barro, madeira, pedra, metal, palha, coco, cordas e o couro como matérias-primas.
A música também é algo muito presente nas ruas do mercadinho. Além do comércio de CD’s e DVD’s piratas, normalmente vistos, existe a Rádio Cipó, que faz comercial do comércio daquele setor e, a pedidos da população, toca muito forró e música brega.
Assim como em todas as feiras nordestinas é comum também encontrar artistas que tocam algum instrumento e cantam música de gosto popular, ou ainda, alguém imitando o cantor Michael Jackson, ou fazendo mágicas em troca de moedas, que são dadas pelo público impressionado com o trabalho desses artistas.

A moda do mercado


Numa organização que segundo Agenor Jesus Almeida, 74 anos, aconteceu naturalmente, uma área do mercadinho é dedicada exclusivamente a venda de roupas, calçados, bijuterias e acessórios. Agenor conta que na década de 1970 ele era um dos poucos que vendia confecções naquela área e por isso não tinha lugar fixo. Chegava bem cedo, armava uma lona no chão e pronto a mercadoria estava exposta. Seus principais clientes na época eram as pessoas que trabalhavam no próprio mercadinho e que não tinham tempo de se deslocar até o centro da cidade para fazer compras. “A moda aqui segue o ritmo do que passa na TV, a diferença é que é mais barato que em outros lugares. Daqui eu tirei o dinheiro para criar meus quatro filhos e hoje o mais velho trabalha aqui comigo”, afirma.

Andando pelos corredores não é difícil encontrar histórias de famílias inteiras que passaram o trabalho no mercadinho de geração para geração. “O gosto por esse lugar parece correr nas veias, eu desde pequena ficava fascinada vendo minha mãe vender os calçados aqui”, declara Maria Zuleide de Sousa, 17 anos, uma das mais jovens do setor de moda que afirma acompanhar a mãe desde os oito anos de idade.
“Eu sempre comprei roupas e calçados aqui no mercadinho e ninguém nunca achou as roupas que uso e que vendo cafonas”, ressalta Ana Priscila do Nascimento, cliente de Zuleide que compra confecções no mercadinho para revender na cidade de Dom Elizeu, no Estado do Pará.


Comentem e aguardem o próximo post, nele vou falar sobre o famoso troca-troca!

1 comentários:

Eu vi uma camisa do flamengo! hehehe
otima serie!
parabens...