quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sobre duas rodas


Inventada a mais de 200 anos, a bicicleta passou por várias modificações em seu design e hoje é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) o símbolo de transporte sustentável no planeta. Além disso, a bicicleta tem baixo custo de aquisição, é fácil de usar, não precisa de combustível e recebeu ao longo do tempo diversas utilidades. Ela é usada para prática de esportes, para a diversão e até mesmo como ponto comercial, já que muita gente vende uma série de produtos usando a bicicleta.
Em Imperatriz, segunda maior cidade do estado do Maranhão, a Secretaria de Trânsito e Transportes (SETRAN) não tem um número concreto de quantas bicicletas circulam no município, mas estima-se que existam pelo menos duas em cada residência.
De acordo com dados da MCidades, o Brasil é o terceiro maior fabricantes de bicicleta do planeta e tem a quinta maior frota do mundo. Na cidade de Imperatriz, somente em uma das lojas onde é comercializada, são vendidas cerca de 60 bicicletas por mês, outro fator que contribui para que ela seja o transporte mais utilizado no município.
Usada principalmente para locomoção entre lugares distantes, a bicicleta também serve como fonte de renda para muita gente. Francisco Pereira de Melo, 62 anos, a 35 é vendedor de queijos: ele conta que no começo usava um carro de mão, o que dificultava sua ida a bairros mais distantes, fazendo com que seu lucro fosse menor. Segundo Francisco, faz 30 anos que ele comprou sua primeira bicicleta e com ela fez seu negócio prosperar, diz ainda que hoje tem até moto, mas não deixa seu antigo transporte. “Andar de ‘bike’ é mais seguro, econômico, livre de acidentes e prático, já que com ela ando pela cidade inteira vendendo meus produtos. Criei todos os meus filhos com o dinheiro que ganhei montado nessa bicicleta aqui”, conclui.
Francisco tem razão quando diz que está mais livre de acidentes. Dados do DENATRAN mostram que em 2006 aconteceram cerca de 5500 acidentes de trânsito, sendo 2.033 envolvendo automóveis, 770 com caminhões, 1.721 com motocicletas e 693 envolvendo bicicletas.
Mas Francisco também fez um comentário perigoso, ele afirma que mesmo sabendo dos riscos anda na contramão, o que é proibido na cidade de Imperatriz desde 2006, quando o então prefeito Ildon Marques de Souza sancionou a lei municipal que proíbe o tráfego de ciclistas montados na contramão em pelo menos 15 ruas do centro da cidade. O não cumprimento desta lei prevê recolhimento do veículo, com retirada após o pagamento da multa de 50 reais em até cinco dias, sendo leiloada após o encerramento do prazo.
A lei não foi colocada em prática, mas de acordo com a SETRAN, em 2010 serão realizadas campanhas de conscientização para ciclistas e em seguida se dará o inicio das fiscalizações. A assessoria de comunicação da mesma secretaria informou ainda que disciplinas de educação no trânsito já foram implantadas nos currículos de escolas municipais de Imperatriz.
A advogada Dulcilla Severa Costa Lima, 27 anos, afirma que começou a praticar ciclismo a pouco mais de um ano em decorrência de uma lesão no joelho esquerdo. A prática do esporte serviu para o fortalecimento muscular e conseqüentemente para melhor equilíbrio do corpo. “Andar de bicicleta tem tornado a minha vida menos sedentária, mais saudável e menos estressante, pois o resultado e as conseqüências da pratica de esporte é sempre de prazer e bem estar em todos os sentidos”, comenta. O principal ponto da prática do esporte é na Avenida Beira Rio, onde cerca de 50 pessoas treinam diariamente.
De antigo sonho de muitas crianças a símbolo de desenvolvimento sustentável, a bicicleta desde sua invenção tem sido de grande utilidade para o ser humano e em tempos que o assunto principal é meio ambiente, ela é um dos principais contribuintes para a preservação da natureza. Camelo, bicicleta ou seja lá como você prefere chamá-la, ela é o transporte do do presente que vai ser destaque no futuro.

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